
Nascido em 19 de dezembro de 1916, na cidade de Cuiabá, Mato Grosso. Advogado, fazendeiro e poeta. Filho de um capataz de fazendas da região. Da infância simples de pé no chão ele trás a influência do campo e da natureza em suas obras. Aos 19 anos escreve o seu primeiro poema.
Seu primeiro livro "Poemas concebidos sem pecado" foi publicado no Rio de Janeiro com ajuda de 20 amigos, com uma tiragem de 20 exemplares e mais um para ele. Autor de várias obras premiadas como o "Prêmio Orlando Dantas" em 1960, conferido pela Academia Brasileira de Letras ao livro "Compêndio para Uso dos Pássaros". Em 1969 recebeu o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal pela obra "Gramática Expositiva do Chão" e, em 1997 o "Livro Sobre Nada" recebeu um prêmio de âmbito nacional. Sobre seu trabalho falou uma vez ao jornal "O Estado de São Paulo":
"Exploro os mistérios irracionais dentro de uma toca que chamo 'lugar de ser inútil'. Exploro há 60 anos esses mistérios. Descubro memórias fósseis. Osso de urubu, etc. Faço escavações. Entro às 7 horas, saio ao meio-dia. Anoto coisas em pequenos cadernos de rascunho. Arrumo versos, frases, desenho bonecos. Leio a Bíblia, dicionários, às vezes percorro séculos para descobrir o primeiro esgar de uma palavra. E gosto de ouvir e ler "Vozes da Origem". Gosto de coisas que começam assim: "Antigamente, o tatu era gente e namorou a mulher de outro homem". Está no livro "Vozes da Origem", da antropóloga Betty Mindlin. Essas leituras me ajudam a explorar os mistérios irracionais. Não uso computador para escrever. Sou metido. Sempre acho que na ponta de meu lápis tem um nascimento."
Mundo Pequeno
(do livro "O Livro das Ignorãças")
O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.
Seu primeiro livro "Poemas concebidos sem pecado" foi publicado no Rio de Janeiro com ajuda de 20 amigos, com uma tiragem de 20 exemplares e mais um para ele. Autor de várias obras premiadas como o "Prêmio Orlando Dantas" em 1960, conferido pela Academia Brasileira de Letras ao livro "Compêndio para Uso dos Pássaros". Em 1969 recebeu o Prêmio da Fundação Cultural do Distrito Federal pela obra "Gramática Expositiva do Chão" e, em 1997 o "Livro Sobre Nada" recebeu um prêmio de âmbito nacional. Sobre seu trabalho falou uma vez ao jornal "O Estado de São Paulo":
"Exploro os mistérios irracionais dentro de uma toca que chamo 'lugar de ser inútil'. Exploro há 60 anos esses mistérios. Descubro memórias fósseis. Osso de urubu, etc. Faço escavações. Entro às 7 horas, saio ao meio-dia. Anoto coisas em pequenos cadernos de rascunho. Arrumo versos, frases, desenho bonecos. Leio a Bíblia, dicionários, às vezes percorro séculos para descobrir o primeiro esgar de uma palavra. E gosto de ouvir e ler "Vozes da Origem". Gosto de coisas que começam assim: "Antigamente, o tatu era gente e namorou a mulher de outro homem". Está no livro "Vozes da Origem", da antropóloga Betty Mindlin. Essas leituras me ajudam a explorar os mistérios irracionais. Não uso computador para escrever. Sou metido. Sempre acho que na ponta de meu lápis tem um nascimento."
Mundo Pequeno
(do livro "O Livro das Ignorãças")
O mundo meu é pequeno, Senhor.
Tem um rio e um pouco de árvores.
Nossa casa foi feita de costas para o rio.
Formigas recortam roseiras da avó.
Nos fundos do quintal há um menino e suas latas
maravilhosas.
Todas as coisas deste lugar já estão comprometidas
com aves.
Aqui, se o horizonte enrubesce um pouco, os
besouros pensam que estão no incêndio.
Quando o rio está começando um peixe,
Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore.
De tarde um velho tocará sua flauta para inverter
os ocasos.
Manoel de Barros é realmente um assombro.
ResponderExcluirVictor, obrigada pela presença no Palavra e Destino. Deixo uma sugestão que (tenho certeza) você vai gostar de ver:
www.diversos-afins.blogspot.com
Bjo
Muito bom o trecho escolhido!
ResponderExcluirBeijos
Ola
ResponderExcluirObrigado pela gentil visita, e a foto da borboleta é real sim, tambem nuca havia visto uma desta...ela passou pouco tempo ainda consegui fazer umas 5 fotos... abração e tudo de bom... seu blog é muito legal...
Obrigado pela "bela alma". Gostei muito daqui.. estou adicionando e virei sempre. Um blog IMPORTANTE.
ResponderExcluirAbs.
Belíssimo trabalho o que vc executa, Vitor... Meus parabéns, e obrigado por sua visita ao blog.
ResponderExcluirUma excelente semana.
Chegar aqui e, de cara, ter com Manoel de Barros é muito bom mesmo. Fico feliz em descobrir um novo espaço onde a cultura se faz privilegiada.
ResponderExcluirVictor, obrigado pela sua visita atenciosa à Revista Diversos Afins. Respondendo sua pergunta, o artista Kelson Frost, o qual expomos na Leva atual, é mineiro.
Grande abraço e sigamos pelas palavras, então!
Oiêee!
ResponderExcluirObrigada pela visita. Parabéns pelo seu belo trabalho.
Volte sempre que quiser, pois eu farei o mesmo.
Abraços.
Assim é meu amor.
ResponderExcluir"Ele me coisa
Ele me rã
Ele me árvore"
Beijos
Só mesmo dentro de nós existe espaço ilimitado para os sentires.
ResponderExcluirAbraço
querido, grata pela visita. vim retribuí-la e eis que encontro uma casa surpreendente, construída com muita sensibilidade e discurso crítico. amei o espaço. vou adicioná-lo à minha listinha de blogs preferidos, tá?
ResponderExcluirabraço!
Chego aqui através do blog de Luciana Marinho, e que grata surpresa!...(ainda, a alegria de encontrar comentários de outros amigos comuns, Leila e Fabrício!)... Sempre um prazer descobrir novas informações sobre o fantástico e cativante Manoel de Barros. Além disso, fiquei curiosa para saber mais sobre o trabalho com ONGs: eu mesma já trabalhei em projetos com crianças, em morros aqui de Florianópolis, quem sabe possamos trocar umas idéias sobre o assunto. Abraços alados!
ResponderExcluir(aproveitarei para linkar teu blog, ok?)
Fiquei curiosa pra saber qual post meu te inspirou, Victor! Gostei muito de saber mais sobre Manoel de Barros!
ResponderExcluirBeijos!
tche, nunca tinha escutado falar...show...mas tenho mais a conhecer. como eu disse sou uma mula.
ResponderExcluirOlá amigo Victor,gostei muito de saber mais sobre Manoel de Barros.
ResponderExcluirAbraço.
Grande Victor. O blog está cada dia melhor. Continuo acompanhando suas publicações pelo dihitt e sempre que posso teço alguns comentários. Abraço.
ResponderExcluirMaravilha Victor!
ResponderExcluirNão conhecia.
Obrigada por partilhar.
Um abraço.